FLAMENGO VENCE BAHIA NO MARACANÃ COM DUPLA VIRADA E ULTRAPASSA O GALO NA VICE-LIDERANÇA

Por: Lino Tavares

A 26ª rodada do Brasileirão começou na quarta-feira com o São Paulo despachando o Galo com um acachapante 3 a 0, disparando para 53 pontos na liderança absoluta do campeonato e mandando os demais concorrentes próximos “se virarem nos 90” na sequência da rodada.  Também na quarta-feira, o Atlético Goianiense surpreendeu o Fluminense, vencendo o time de Odair Hellmann por 2 a 1, diminuindo as chances do tricolor carioca no sentido de conquistar um lugar no G-4. Nos três jogos de sábado inerentes à 26ª rodada, o resultado mais surpreendente foi a boa vitória do Internacional em cima do Palmeiras, pelo placar de 2 a 0, numa noite de grande emoção no Beira-Rio motivada pela despedida de D`Alessandro, que deixa o Internacional após 12 anos de ótimos serviços prestados ao colorado gaúcho. A vitória do Inter com direito à volta ao G-4 constituiu-se numa forma de despedida à altura do que D´Alessandro representou durante sua passagem pelo clube, na qual se incluem grandes conquistas, como a da Libertadores da América. Contudo, a presença do craque homenageado nesse jogo que marcava sua despedida pareceu-me mais um prêmio de consolação do que uma homenagem real, devido ao reduzidíssimo espaço de tempo que lhe foi destinado, para vestir pela última vez a camisa do clube a que tanto serviu com abnegação latente.  A impressão que ficou é que o treinador Abel Braga já não mais acreditava no potencial futebolístico de D´Alessandro, temendo que sua presença em campo por tempo mais prolongado pudesse comprometer o bom rendimento da equipe e até a vantagem no placar que o Inter conquistara nos primeiros minutos do confronto. Não me pareceu justa essa desconfiança do técnico nesse jogador que, embora com 39 anos de idade, ainda tem mais bola no pé do que qualquer desses novos atletas que vêm sendo escalados no lugar que por longos anos ocupou de maneira eficiente.  Temos vários exemplos de atletas que, com a idade atual de D´Alessandro, tornaram-se peças fundamentais na composição das equipes a que pertenciam, como foi o caso de Zé Roberto que chegou aos 40 anos, sendo utilíssimo nas equipes onde atuou no final da carreira. Mesmo exteriorizando sua emoção ao se despedir do Inter, inclusive derramando lágrimas, é possível que no fundo D´Alessandro tenha levado consigo uma pontinha de mágoa por não ter sido escalado para atuar integralmente em pelo menos uma das metades desse jogo que lhe era dedicado.   Essa saída de D´Alessandro, até certo ponto arranhada pela pouca confiança depositada nele nos últimos jogos , deixa os colorados com “uma pulga na orelha”, sem saberem que rumo esse craque dará à reta final de sua carreira, podendo vir a jogar em outro clube e enfrentar o próprio Inter, no afã de provar que fora descartado prematuramente.  Depois de uma breve análise sobre a despedida de D´Alessandro, volto a me reportar sobre a sequência da rodada no sábado, na qual o Grêmio ratificou a pobreza futebolística da goleada sofrida diante do Santos, só não perdendo de novo, dessa vez para o Sport Recife, graças a um pênalti desnecessário praticado pelo adversário, que foi chancelado pelo VAR e convertido por Pepê, estabelecendo o empate em 1 a 1 na Ilha do Retiro.  Essa segunda apresentação apática do time de Renato, em menos de uma semana, assusta sobremaneira a torcida gremista que, a essa altura, deve estar apreensiva em relação ao jogo de ida contra o São Paulo, na Arena, pelas semifinais da Copa do Brasil.  O torcedor, que não é bobo, sabe que com esse futebol pequeno, no qual o meio de campo cisca e nada produz, a defesa bate cabeça e o ataque simplesmente inexiste, a chance do Grêmio passar pelo São Paulo  e chegar à decisão da Copa do Brasil não passa de 30%.  Cabe a Renato Portaluppi reinventar aquele Grêmio vencedor de dias atrás, para pelo menos seguir vivo na Copa do Brasil, diminuindo assim o tamanho do fiasco que deu ao afirmar que o seu tricolor praticava no momento o melhor futebol do país. É possível ? É, porém, pouco provável.  Nos jogos deste domingo dessa rodada esticada do Brasileirão, tivemos como surpresa a derrota do Santos, semifinalista da Libertadores,  para o Vasco, que ainda permanece na Zona de Rebaixamento, pelo escore mínimo, no estádio de São Januário.  A lógica do futebol é não ter lógica. Quem diria que o Vasco que dias atrás levou 4 a 0 do Grêmio pudesse derrotar o time do Cuca, que na última quarta-feira eliminou o tricolor de Renato Portaluppi da Copa do Brasil, vencendo-o  pelo dilatado marcador de 4 a 1.  O Flamengo, num jogo marcado por expulsões, fez a lição de casa no Maracanã, batendo o Bahia em dupla virada pelo placar de 4 a 3. Com essa vitória, o rubro-negro carioca ultrapassou o Galo, subindo para a vice-lidernça, 5 pontos atrás do líder São Paulo, mas com um jogo a menos.  

Por Lino Tavares

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