Gen. Paulo Chagas: “Os cães ladram e a caravana passa”

Foto: Jornal Interativo
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Caros amigos

Não tenho nada pessoal contra o Presidente Jair Bolsonaro e não me considero traído por ele, como, por razões que desconheço, pensam ou interpretam alguns amigos e conhecidos que me acompanharam e apoiaram durante a campanha eleitoral pelo governo do Distrito Federal.

Entrei naquele jogo porque quis. Tive o apoio de Bolsonaro e de seus filhos Eduardo e Flávio, assim como da equipe de campanha do Presidente em tudo que lhes foi possível.

Ao mesmo tempo, como não poderia ser diferente, fiz campanha para ele aqui no DF e coloquei-me conivente com as suas propostas para tirar o Brasil do rumo que tinha tomado sob a custódia nefasta do PT e de seus aliados conhecidos e escondidos.

Não tenho, portanto, qualquer razão para pensar que haja alguma “dívida eleitoral” entre eu e o Presidente. Ele nada me deve, assim como eu nada lhe devo.

Por outro lado, como eleitor da proposta de governo feita vencedora por quase 58 milhões de brasileiros, mantenho-me atento e ansioso por sua integral implementação, o que me tem levado a, coerentemente, criticar os fatos e as atitudes que, no meu julgamento, a põem em risco.

Faço-o porque tenho, de fato, o Brasil acima de tudo e porque, consequentemente, só presto contas à minha consciência.

Há quem diga que Bolsonaro, em determinado momento da campanha, deixou de apoiar-me. Não é verdade! Aqui no DF, ele nos apoiou até o último dia da campanha.

Estive com ele, no Rio de Janeiro, pouco tempo antes do primeiro turno e fizemos um pequeno vídeo no qual ele reafirmou seu apoio a minha candidatura.

Naquela ocasião, encontrei-o, convalescente da facada, na residência em que ele fazia as “lives” e as gravações. Lá encontrei também, além do sempre fiel Gustavo Bebianno, o Pastor Malafaia, o Sen Magno Malta, o então candidato Julian Lemos e o hoje Senador Flávio Bolsonaro.

Todos os candidatos que ali estavam, inclusive eu, não lhe faziam visita para estimar-lhe melhoras, mas para tirar uma “casquinha” do seu crescente cacife eleitoral.

Fiquei espantado com o aspecto do Presidente, cansado e justificadamente abatido. Fui o último da fila e já era tarde da noite quando chegou a minha vez de gravar, ele estava realmente debilitado e orientou-me para que eu transmitisse a minha mensagem, deixando a ele apenas o encerramento.

Fiquei envergonhado de mim mesmo por o estar explorando naquelas condições. Na saída, cheguei a comentar com Flávio Bolsonaro a minha impressão de que seu pai precisava ser poupado de esforços prolongados como aquele.

Foi a última vez que o encontrei pessoalmente.

Independente disso, sei que fui, em todos os momentos, um aliado leal da sua conquista. Fiz o que julgava ser o meu dever, visando o bem do Brasil.

Em momento algum, antes ou depois da sua vitória, pensei ou tomei atitudes que pudessem ser interpretadas como busca de reconhecimento pelo apoio que dei à proposta que ele representava e por cuja implementação ele é, hoje, o maior responsável.

Continuo a apoiar incodicionalmente o seu governo, sem, no entanto, perder meu senso crítico ou abrir mão do meu direito ou da obrigação de criticar.

Tenho a consciência tranquila de que faço o que deve ser feito e lhes asseguro que não dou nem a menor importância aos impropérios postados nas redes sociais contra mim por pessoas que considero “sem noção” e que tenho chamado de “insensatos bolsolavianos”.

Como diz o ditado árabe: “Os cães ladram e a caravana passa”!

Forte abraço a todos!

Gen Paulo Chagas

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