Começo a análise da 4ª rodada do Brasileirão, em desdobramento neste meio de semana, reportando-me sobre o jogo mais importante da competição, que reuniu Flamengo e Grêmio no estádio do Maracanã.
Observo inicialmente que ocorreu algo até certo ponto inusitado nesse confronto de gigantes, consubstanciado no fato de que a equipe que manteve o predomínio aparente das ações foi a que teve menos chance de gol, tendo até corrido o risco de ter sido goleada, não fosse a imprecisão do adversário nos arremates.
Foi assim mesmo que aconteceu. O Flamengo começou o jogo de forma avassaladora, encurralando o Grêmio e mantendo 75% de posse de bola contra apenas 25% do time visitante.
Há que se destacar contudo que foi um predomínio infrutífero que em momento algum ameaçou a meta gremista defendida pelo goleiro Vanderlei, que no primeiro tempo não foi exigido nenhuma vez por parte da ofensiva flamenguista.
A impressão que se tinha era que Renato Portaluppi, reconhecendo o poderio do adversário, optou pelo que se pode chamar de “posse de bola consentida”, objetivando aproveitar as roubadas de bola para investir rumo à meta do adversário à base de contra-ataques fulminantes.
Se foi isso que passou pela cabeça do treinador gremista, a ideia estava correta e só não surtiu o efeito esperado porque as várias chances de gol criadas por seu time não foram aproveitadas pelos atacantes tricolores.
Se esse plano tático tivesse sido traduzido em gols, estaríamos comentando agora que o Grêmio teria se vingado, nesse jogo, da goleada de 5 a 0 sofrida diante do rubro-negro carioca naquele confronto fatídico pela Libertadores do ano passado.
Afinal, além do gol que assinalou, no belo chute em diagonal de Pepê, o Grêmio teve outras quatro oportunidades claras para marcar contra nenhuma chance viva criada pelo time de Domènec Torrent.
É claro que não podemos deixar de lado o gol de empate do Flamengo, alcançado através de um pênalti apontado de forma retardatária pelo VAR.
É preciso observar, contudo, tratar-se de um lance polêmico no qual o árbitro de vídeo surpreendeu a todos, inclusive ao juiz de campo, pela forma demorada como chamou a atenção para o toque de braço de Kannemann, que talvez só ele tenha visto.
Nos outros jogos da rodada, tivemos como destaque Palmeira, Corinthians e Botafogo fazendo as pazes com a vitória, além do Internacional assumindo a ponta da tabela ao bater o Atlético Goianiense por 3 a 0, no Beira Rio.
Com o belo resultado conquistado em casa, o colorado de Eduardo Coudet praticamente garante a liderança da competição no encerramento da 4ª rodada, com remotíssima possibilidade de vir a perdê-la nos jogos complementares desta quinta-feira. Vasco e Bahia são as equipes que têm a chance (remotíssima, como falei) de destronar o Inter da posição número 1 da tabela de classificação.
O cruzmaltino carioca só alcançará esse objetivo se vencer o Ceará por uma diferença de 3 gols. O tricolor baiano, para chegar ao topo da tabela, precisará derrotar o São Paulo com 4 gols de vantagem.
Vale dizer que isso não é nada fácil, considerando que para chegar lá tanto o Vasco quanto o Bahia, além de precisarem golear seus adversários, realizam seus jogos de logo mais fora de seus domínios.
Mesmo sem alcançar esse intento, ambos continuarão na briga pela liderança do Brasileirão, haja vista que têm um jogo a menos do que o líder colorado.
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