Em Minas, o Galo volta a vencer o Tombense e fica com o título mineiro de 2020

O Internacional terminou sua participação na sexta rodada do Brasileirão mantendo a liderança isolada no certame, o que sugere perguntar se esse status alcançado pelo time de Eduardo Coudet se constitui em esperança de conquista do título por parte da torcida colorada. Eu diria que a expectativa de conquistas é um anseio natural e permanente cultivado por torcedores de clubes de ponta como o Internacional, inerente à grandeza da agremiação e não em função de resultados momentâneos. Até porque essa liderança colorada acontece no limiar do certame quando até equipes menos qualificadas (que não é o caso do Inter) costumam marcar presença na ponta da tabela, fazendo lembrar ditos populares como “o primeiro milho é dos pintos”, “fogo de palha” e diversos outros que denotam situação transitória.  Do ponto de vista técnico, temos que admitir que os seis pontos conquistados pelo Inter nos dois últimos jogos diante do Atlético Mineiro e do Botafogo não foram vitórias fáceis capazes de revelar um futebol soberbo que permita projeções excessivamente otimistas.  Foram na verdade triunfos ocasionais, conquistados no detalhe, notadamente o que foi alcançado neste sábado, frente ao Botafogo, no Engenhão, que teve a influência direta do VAR, anulando dois gols do time botafoguense, o segundo deles, tudo faz crer, de maneira injusta, já que aconteceu por conta da marcação retardatária de uma falta que parece não ter existido. Não estou querendo com essa colocação minimizar a liderança colorada, que é merecida, considerando que foi o Inter o time que até aqui soube melhor tirar partido diante dos compromissos que lhe propiciaram a chance de pontuar na tabela de classificação.  O que se quer demonstrar com isso é que seria prematuro associar a possibilidade de conquista do título brasileiro de 2020 a resultados momentâneos plenamente reversíveis, conforme nos tem demonstrado a história deste certame gigante do desporto nacional. É verdade que os ventos do momento têm soprado favoravelmente ao esquadrão do Beira-Rio, o que ficou comprovado na derrota do Vasco diante do Fluminense, que afastou a equipe de São Januário, com um jogo a menos, dos calcanhares do atual líder do campeonato.  Não se pode ignorar contudo que esse quadro favorável ao Inter deu uma pequena guinada nesta manhã de domingo, em razão da vitória do São Paulo diante do Corinthians por 2 a 1, alcançada nos descontos da etapa final do jogo.  Não fosse esse gol marcado no apagar das luzes do clássico paulista, o Internacional estaria saboreando agora a certeza de garantir a continuidade na liderança do Brasileirão mesmo após o final da 7ª rodada, que se realiza no meio da semana, já que estaria 4 pontos à frente do vice-líder da competição.  No entanto, por conta dessa vitória conquistada quase na sorte, o tricolor paulista chegou a 13 pontos na tabela, 2 a menos que o líder Internacional, o que lhe possibilita a chance de roubar a cena colorada na primeira colocação, caso vença e o Inter seja derrotado na próxima rodada do Brasileirão. E por falar em sorte, foi exatamente disso que o Grêmio precisou para conquistar o título do Gauchão, neste domingo, mesmo perdendo o jogo decisivo por 2 a 1 para o Caxias, que por muito muito pouco não levou a decisão para os pênaltis, algo que teria conseguido se tivesse feito mais um gol na partida.  Depois de abrir o placar, logo nos primeiros minutos de jogo, parecia que a conquista do campeonato estava liquidada em favor do Grêmio, que alcançava uma larga vantagem de três gols no placar acumulado, já que tinha vencido o primeiro confronto da decisão pelo marcador de 2 a 0.  Mas se tratava de uma vantagem enganadora, pois a partir daí o tricolor começou a ceder terreno ao time grená da Serra, conseguindo a duras penas sustentar essa zona de conforto até o final do primeiro tempo da partida. Na segunda etapa, o time de Renato se perdeu totalmente em campo, não demorando muito para permitir que o valente Caxias empatasse o jogo e pouco tempo depois virasse o placar a seu favor. A virada do time visitante criou uma situação aflitiva para o dono da casa, que passou a correr risco iminente de sofrer um terceiro gol, o que o levaria a ter que decidir o título na cobrança de penalidades, em situação psicológica amplamente desfavorável. À luz do que se viu ao longo do campeonato e nesse jogo decisivo, vale dizer que o Grêmio conquistou o Gauchão 2020 sem merecer, já que o Caxias é que merecia ter ficado com esse título. Corrobora a tese o fato de a equipe caxiense ter vencido três dos quatro jogos disputados com o tricolor da capital gaúcha, no campeonato,  num dos quais conquistou o título do primeiro turno do Gauchão, derrotando o Grêmio no jogo decisivo.  Essa conquista sofrível do Grêmio diante um clube pequeno que disputa a quarta divisão do futebol brasileiro é um sintoma claro de que Renato Portaluppi vai ter que trabalhar muito para recuperar o padrão de jogo perdido por sua equipe durante a paralisação da Pandemia. Embora invicto no Brasileirão, o Grêmio ocupa a 11ª colocação na tabela, possuindo o pior ataque da competição com 3 gols marcados, estando apenas 2 ponto distante da Zona de Rebaixamento.  Sem melhor sua produtividade, notadamente no setor ofensivo, o time gremista fica fadado ao insucesso não só no campeonato brasileiro como também nas outras disputas que vêm aí representadas pela Copa do Brasil e a Libertadores da América. Há que se registrar finalmente a conquista do título mineiro de 2020 pelo time do Atlético, alcançada na vitória de 1 a 0 diante do Tombense, em jogo decisivo realizado neste domingo no Mineirão.   Não foi uma conquista fácil para o Galo, já que aconteceu através de vitórias apertadas com diferença de apenas 1 gol nos dois jogos decisivos.  Mas teve lá seus méritos, algo bem diferente do certame estadual conquistado pelo Grêmio, que não deixou margem para otimismo por parte de sua torcida, posto que foi um título alcançado  num jogo decisivo que mais parecia um filme de terror causando espanto nas hostes mosqueteiras do futebol dos Pampas.  

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