MONEY, MONEY…SEM ISSO A CÂMARA NÃO APROVA A REFORMA EM SEGUNDO TURNO

The New York Times

Por Renato Riella

A imagem pode conter: Renato Riella

Todo mundo sabe que é urgente, de extrema necessidade, a aprovação da Reforma da Previdência, mas os deputados federais decidiram adiar este feito para agosto em busca de…mais dinheiro.

Dinheiro para eles mesmos, em infindáveis emendas parlamentares, que garantem negócios perigosos e talvez votos na eleição municipal do próximo ano.

O repórter Rodolfo Costa, no Blog do Vicente (Vicente Nunes, do Correio Braziliense), dá detalhes sobre esta chantagem.

A votação do segundo turno da reforma da Previdência ficará, de fato, para depois do recesso parlamentar, em agosto.

O mais grave é que este próprio recesso não existe, pois o Congresso só poderia entrar de férias se tivesse aprovado a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como exige a Constituição.

Os deputados (e senadores) inventaram uma monstruosidade chamada de recesso branco. É algo parecido com o que foi feito pelo deputado distrital Robério, na Câmara Legislativa do DF: estão lá, sem estar.

Nesse período apelidado de “recesso”, as lideranças da Câmara Federal cobrarão ao Palácio do Planalto um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), que estabelecerá um crédito suplementar extra para quitar compromissos de emendas parlamentares.

O martelo foi batido em definição conjunta entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários no início da tarde de sexta-feira (12/7).

As emendas parlamentares são, obrigatoriamente, destinadas a obras e serviços nas áreas de saúde e educação, nos estados e municípios. Mas aí está o perigo. Há décadas, infinidade de escândalos já surgiram na definição das empresas que vão acessar esses bilhões.

Partidos que votaram a favor da Reforma no primeiro turno decidiram pelo adiamento da votação em segundo turno, principalmente do chamado Centrão, que só se move com dinheiro na frente.

A votação pela Previdência teria gerado desgastes políticos para muitos parlamentares. Com a proximidade das eleições municipais, em 2020, eles exigem que o governo cumpra com o pagamento das emendas para se anteciparem às articulações junto aos prefeitos e vereadores em suas bases eleitorais.

Money, Money, Money…

Depois do recesso ilegal, vamos saber quanto vai custar aos brasileiros aprovar a Reforma da Previdência no segundo turno.
(RENATO RIELLA)

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