Operação Lazarus cumpre 15 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão temporária nesta terça-feira (10).
Por Afonso Ferreira e Marília Marques, G1 DF
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira (10), 15 mandados de busca e apreensão e 20 de mandados de prisão temporária contra um grupo suspeito de parcelamento ilegal de terras da União, no Distrito Federal. O número de detidos não havia sido divulgado até a publicação desta reportagem.
Os mandados foram cumpridos em endereços do Lago Norte, Arniqueira, Riacho Fundo, Guará e São Sebastião.
A operação Lazarus – como foi batizada – dá continuidade às investigações da operação Colônia, deflagrada em outubro. Segundo as investigações, os suspeitos grilavam as terras e vendiam os lotes a terceiros.
“Para tanto, a quadrilha forjava vários tipos de documentos: cessões de direitos de posse, procurações, carimbos de cartórios e até autenticação de assinaturas de pessoas já falecidas”, informou a PF, em nota.
Além disso, o grupo usava dados, inclusive de moradores de rua ou pessoas consideradas incapazes, que serviam como laranjas para a fraude, segundo a polícia. A estimativa é que o grupo tenha lucrado mais de R$ 16 milhões com a atividade criminosa.
Os envolvidos vão responder por, pelo menos, cinco crimes. Em caso de condenação dos investigados, as penas somadas podem chegar a 29 anos de reclusão. Veja abaixo:
- Crime contra a Administração Pública
- Uso de documento falso
- Falsidade ideológica
- Crime ambiental
- Lavagem de dinheiro
Os compradores dos lotes irregulares também podem responder por participação ou auxílio a grupo criminoso.
Áreas de proteção
Durante a investigação, os policiais constataram que os envolvidos na grilagem de terras da União chegaram a criar loteamentos irregulares em unidades de conservação – protegidas por lei. A invasão ocorre “sem licença ou anuência dos órgãos competentes”, segundo a PF.
Em um dos casos, a suspeita é que o grupo usou empresas imobiliárias para parcelar lotes dentro de uma Área de Proteção Ambiental: APA do Planalto Central.
A região de cerrado foi criada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em 2002.
Fonte: G1/DF