Chrisanto Lopes Galvão Netto também atuava como decorador; ele é alvo de 18 processos na Justiça. Ao menos, 75 vítimas registraram queixas na delegacia.
O decorador e policial militar licenciado Chrisanto Lopes Galvão Netto – acusado em 18 processos na Justiça do Distrito Federal por crimes relacionados a golpes financeiros – foi excluído da corporação nesta quarta-feira (9). O G1 tentava contato com a defesa dele até a publicação desta reportagem.
O Conselho de Disciplina da PM considerou Galvão Netto “incapaz de permanecer nas fileiras da corporação”, perdendo, assim, o direito à remuneração que receberia por ser militar asfastado – uma espécie de aposentadoria. A decisão foi publicada no Diário Oficial (veja abaixo).
A reportagemprocurou a direção da PM para saber as variações de status de Galvão Netto no quadro da PM antes da exclusão e os valores que ele deixará de receber, mas não obteve resposta.
Prejuízo de R$ 1,5 milhão
O ex-PM havia pedido afastamento sem remuneração das atividades na polícia em 2012, para “cuidar de assuntos pessoais”, segundo a corporação. Depois disso, ele começou a trabalhar como decorador em uma empresa da qual era sócio.
Em maio de 2015, quando as queixas de estelionato vieram à tona, o decorador chegou a fugir para Paris, na França. Naquele mês, pelo menos 75 pessoas registraram boletim de ocorrência alegando terem sido vítimas de um calote. O prejuízo total foi avaliado em R$ 1,5 milhão, segundo a Polícia Civil.
Quebra de contrato
De acordo com o relato das vítimas à época, o empresário enviou mensagens dizendo que não teria como cumprir os contratos firmados, que estava “falido”, mas que devolveria o dinheiro recebido. Depois disso, porém, ele parou de responder.
Uma das vítimas, que terceirizava o serviço de Galvão Netto, disse que contratou o decorador para a cerimônia de casamento e a recepção de um casal em junho de 2015, investiu R$ 25 mil, mas o serviço não foi prestado.
Processos na Justiça
Atualmente, dos 18 processos que tramitam na Justiça contra o ex-policial, três estão na segunda instância. Todos eles envolvem descumprimento de contrato, suspensão de serviços, alegação de falência ou a não devolução dos pagamentos.
Em fevereiro de 2017, a Justiça do DF chegou a condenar o decorador e a empresa dele a pagarem indenização por danos morais e materiais a cinco clientes. O valor ultrapassava R$ 70,5 mil, mas o processo continua sem desfecho final.
Na esfera criminal, o decorador foi absolvido três vezes pelo crime de estelionato. Em uma delas, o juiz argumentou que não era possível comprovar que o réu teria agido de má-fé, com conhecimento prévio de que não poderia realizar os serviços.
Fonte: G1 DF