Retrato da incompetência! Ibama acumula imóveis abandonados em área nobre de Brasília

Casas de luxo, apartamentos, lojas: imóveis do Ibama estão abandonados pelo país. Foto: G1

Controladoria Geral da União afirma que 40% dos espaços não tem serventia. Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, diz que irá mandar vender todos os imóveis ‘imediatamente’.

Por Heloísa Torres, TV Globo e G1 — Brasília

Casas de luxo, apartamentos, lojas: imóveis do Ibama estão abandonados pelo país

Casas de luxo, apartamentos, lojas: imóveis do Ibama estão abandonados pelo país

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, é dono de centenas de imóveis pelo país, muitos deles nas áreas mais valorizadas de Brasília.

O órgão é responsável pela preservação e conservação dos recursos naturais, mas mais parece uma imobiliária. A última auditoria feita pela Controladoria Geral da União (CGU), publicada em 2018, diz que o Ibama é dono de 355 imóveis no país, 40% deles sem serventia.

Vários desses imóveis localizados na capital federal estão caindo aos pedaços. São casas e mansões abandonadas, que estão depreciando sem manutenção.

Em 2014, reportagem do Bom Dia Brasil já tinha mostrado o descontrole do Ibama sobre o patrimônio identificado em auditoria da CGU. Em 2020, os bens públicos seguem estragando, sem solução.

Imóveis milionários

Na Asa Sul, região nobre de Brasília, um apartamento de três quartos, pertencente ao Ibama, está vazio. O espaço é avaliado em, pelo menos, R$ 1 milhão. A falta de cuidado gerou um vazamento que danificou o piso do prédio.

O porteiro do prédio onde fica o apartamento, Cícero de Souza, afirma que as obras no imóvel que provocaram o vazamento foram há cerca de seis meses e até hoje não foi concluída. “É uma situação de abandono por parte do poder público”, diz o porteiro.

No Lago Sul, bairro mais valorizado de brasília, uma das casas na lista de imóveis do Ibama também está caindo aos pedaços. O preço de mercado de um imóvel antigo nesta localização gira em torno de R$ 2 milhões.

A altura do mato denuncia a falta de manutenção. Vizinha da casa, Ana Estér Vasconcelos diz que o imóvel está abandonado e sujo desde o final do governo Fernando Henrique Cardoso.

Juliana bischoff também mora ao lado da casa e diz que acaba tendo que entrar na casa para evitar a propagação de mosquitos da dengue.

“Eu tenho que pular o muro, colocar cloro. A gente sempre faz essa manutenção por conta da dengue e mosquitos em geral. É um descaso. O governo sempre reclama que falta verba e a gente vê uma casa dessas, em uma região nobre de brasília, abandonada, sem manutenção”, relata.

O Ibama também é dono também de uma loja numa quadra de comércio bem valorizada de Brasília. A fachada está pichada, suja. Na porta, um aviso de quatro anos atrás informa que, em 2016, foi feito controle da dengue. Imóveis semelhantes na região custam cerca de R$ 1,1 milhão.

No Lago Norte, outra casa pertencente ao Ibama, tem vigia, mas faltam vidros nas janelas. O imóvel custa em torno de R$ 1,8 milhão.

Na garagem da casa, um material jogado, sem proteção. Servidores dizem que é do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e que e deveria ficar no almoxarifado controlado na sede do Ibama.

‘Tem que vender tudo’

Nesta quinta-feira (13), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compartilhou em uma rede social e disse que pedirá a venda de todos os imóveis. Leia a íntegra da publicação:

Gigantismo Estatal

Tomei conhecimento desses fatos hoje pela manhã, mandamos apurar as responsabilidades, colocar TODOS os imoveis a venda imediatamente e nesse meio tempo fazer uma varredura para prevenir focos de doença e outros problemas para a vizinhança. Estado inchado, perdulário e ineficiente. Tem que vender tudo.

Fonte: G1/DF

Nota da redação do SOS:

Ibama: sem MORAL para fiscalizar

Quem deveria cuidar da preservação e conservação dos recursos naturais, mais parece uma imobiliária que abandona seus imóveis ao apodrecimento. O Ibama, ao que parece, está jogando o seu (e nosso também) patrimônio no lixo. Até que ponto vale a pena manter um instituto ineficiente que não sabe cuidar (ou não tem interesse) dos seus próprios bens?

É retrato da INCOMPETÊNCIA!

Ricardo Noronha, editor chefe do SOS BRASÍLIA

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