‘A vida é feita de escolhas, e eu escolhi sair’, diz Teich ao deixar Ministério da Saúde

Nelson Teich anuncia que deixa o cargo de ministro da Saúde
Nelson Teich anuncia que deixa o cargo de ministro da Saúde Foto: EVARISTO SA / STF

Leandro Prazeres

O oncologista Nelson Teich agradeceu a sua equipe ao se despedir do Ministério da Saúde, cargo do qual ele pediu demissão nesta sexta-feira, menos de um mês depois de assumi-lo.

— A vida é feita de escolhas e hoje eu escolhei sair […] Não é uma coisa simples estar a frente de um ministério como esse em um período tão difícil. Agradeço ao meu time que sempre esteve ao meu lado. É um trabalho de um grande time — disse o ministro.

Teich pediu demissão nesta sexta-feira após 27 dias no comando do Ministério da Saúde. Ele assumiu o cargo no lugar de Luiz Henrique Mandetta (DEM), que também deixou o cargo em meio a desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro.

As discordâncias entre Bolsonaro e Teich começaram quando o ex-ministro anunciou que a diretriz do governo para orientar estados e municípios em relação às medidas de distanciamento previa o bloqueio total, conhecido como “lockdown”, medida que contraria o presidente, favorável à reabertura da economia.

O cenário piorou nos últimos dias depois que o presidente exigiu que o Ministério da Saúde alterasse um protocolo do governo para recomendar o uso de medicamentos à base de cloroquina a pacientes infectados pela Covid-19 desde os estágios iniciais da doença.

Bolsonaro é um defensor do uso do medicamento, apesar de não haver consenso na comunidade científica sobre os benefícios da droga no tratamento da doença. Ao contrário, há estudos que indicam que o uso do medicamento pode causar efeitos colaterais como arritmias cardíacas.

Apesar da insistência do presidente, Teich se mostrou contrário a uma recomendação de uso mais ampla para o medicamento. Atualmente, o protocolo do Ministério da Saúde é para que a droga só seja usada em pacientes considerados graves ou críticos.

Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), no entanto, libera médicos a receitarem o medicamento em outras fases da doença, desde que os pacientes sejam previamente informados sobre os seus possíveis efeitos colaterais.

FONTE: EXTRA.GLOBO

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