Aprendendo a escrever

Por: Paulo Castelo Branco


Quando comecei a aprender a escrever, de nada valiam as normas cultas ou elaboradas, o importante era conseguir dizer mais ou menos o que pretendia.
Cartões infantis com o texto de eu te amo escrito metade com letras maiúsculas e metade com garranchos, que todos que recebiam com orgulho e guardavam para sempre, as vezes até com   possibilidade de servir de prova quando da herança.” Devo tudo que tenho a você!!!” Texto perigoso feito na infância que pode comprometer toda uma vida!!! rsrsrs..

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Com o passar dos anos, comecei a ter conhecimento das regras de nossa língua. Difícil de usar e incompreensível aos menos letrados, como eu.
Passei a conhecer termos que demorei a entender. Proparoxítona, adjetivos, substantivos, sinônimos, e assim foi indo. Cada vez mais difícil de me comunicar por escrito e observando a língua falada tomar um rumo completamente diferente da escrita. Abreviações que, jamais seriam aceitas, falta de pontuação explicita sem corromper o sentido do que foi dito, acentos (assento) só os do sofá. E fui sendo corrigido, na maior parte das vezes pelos amigos que não queriam que eu passasse vexame quando, no futuro, fosse escrever meus textos. (Sabiam dos textos antes mesmo que eu os escrevesse)


Luta constante pelo conhecimento. Aprendi que cada profissão tinha sua forma de escrever para preservar seu mercado. Os advogados, procuram fazer seus textos buscando sempre alguém que os tenham feito antes, em teses longas e desnecessárias, que os fazem defender causas impossível de serem defendidas. Os médicos, com letras impossíveis de serem decifradas, mantem segredo do que receitam até para o farmacêutico que vai vender o remédio e assim eliminam o risco da auto medicação, pois ninguém vai descobrir qual é o remédio correto. Os administradores, importam termos em outras línguas, que poderão impedir que leigos possam administrar com facilidade.


O que mais me impressiona é quando surgem as atualizações das línguas. Passam a ser utilizadas todas as formas tidas como erradas durante anos nos obrigando, novamente, a ter que estudar tudo que nem bem conseguimos aprender.


No final, verifiquei que alguns dos ignorantes da língua, conseguiam se comunicar melhor que a maioria dos que a conheciam muito bem. Vendiam seus produtos escritos errados, mas de forma extremamente eficiente. Conseguiam rir, sem se constranger, pelos erros cometidos e não se envergonhavam de tentar.


Alguns absurdos foram aceitos sem que se percebesse o mal que isto traria a educação de todo o povo. Políticos analfabetos que ascenderam ao poder, dizendo que não era importante a educação formal. Mal escreviam seus nomes e ainda assim fizeram leis para nosso país. Leis , estas, que hoje nos prejudicam com suas diversas interpretações e mal uso dos tribunais superiores.


Hoje, tenho a consciência de quanto podemos evoluir quando estudamos a gramática e utilizamos todos os ferramentais existentes para que possamos não cometer erros de linguagem, em qualquer língua.
Quando escrevemos, as vezes, a mente nos traí. Digitamos palavras certas para o momento, mas utilizando a grafia errada.
Resta-nos apenas pedir desculpas por nossa falha, como todas as emissoras de tv!!!


Antonio Castelo Branco
Consultor e administrador de empresas.

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