Artigo/ Crime de discriminação na pesquisa do Datafolha

Por Lino Tavares:
Está cada vez mais difícil entender qual é o verdadeiro papel da mídia nesse mutirão de segmentos da sociedade que declara guerra abertamente ao atual presidente da República, como se ele fosse um ditador indesejável na chefia da nação e não um governante legitimamente eleito em eleições livres e diretas, consoante o que se propugnava nos últimos anos do regime de exceção iniciado com o movimento revolucionário de 1964. Contribuindo de forma decisiva para denegrir a imagem do presidente Jair Messias Bolsonaro, sabe-se lá a pedido de quem, o instituto Datafolha tem se notabilizado por revelar dados amplamente desfavoráveis ao governo da nação, em pesquisas feitas por telefone, tendo como foco um número de pessoas pesquisadas que não corresponde nem à metade da maioria dos municípios menos populosos do país.  Os questionamentos feitos nessas pesquisas enfadonhas consistem, na sua maioria, em perguntas pueris, sem nenhum fundamento prático, que de tão simplórias chegam às raias do ridículo. Até aí, nada demais, pois nem todas as palhaçadas que nos fazem rir partem dos picadeiros dos circos.  Contudo, na sua pesquisa divulgada hoje (1º/06/2020), o Datafolha extrapolou os limites do tolerável e cometeu algo que, na minha opinião, caracteriza crime de discriminação profissional, que habilita qualquer entidade de natureza militar ou cidadão integrante das Forças Armadas e das Polícias Militares a mover um processo contra o instituto de pesquisas paulista.

    Dentre os questionamentos feitos pelo Datafolha, na referida pesquisa de opinião, figura um que cogita saber o que a população acha sobre a presença de militares no governo, arrancando uma resposta que insinua que a maioria da população brasileira não concorda com militares nos ministérios governamentais,  como se o fato de ser militar tornasse o cidadão brasileiro menos digno de integrar o poder executivo do que qualquer cidadão pertencente a outra categoria profissional. Para ter uma noção exata sobre a gravidade da colocação feita na pesquisa,  imaginemos qual não seria a reação da OAB e de milhares de profissionais do Direto, pelo pais afora, caso fosse perguntado em uma pesquisa de opinião se o público pesquisado concorda ou não com a presença de advogados nas esferas governamentais,  Acreditar que não houve intenção discriminatória nessa pergunta infame do Datafolha seria como admitir, por analogia, que não caracterizaria crime de racismo caso o instituto de pesquisas resolvesse questionar entre seus pesquisados acerca da concordância ou não relativamente à presença no governo de descendentes de judeus, japoneses, negros, índios ou de outras etnias quaisquer.     Diante do exposto, fica aqui a sugestão no sentido de que ministros militares que integram o atual governo, assim como entidades representativas de todos os círculos militares do país ingressem com uma ação no Poder Judiciário, questionando acerca desse crime de discriminação perpetrado pelo Datafolha, no teor de sua pesquisa,  que coloca em xeque o conceito de uma das categorias profissionais mais acatadas e respeitadas pela população brasileira, como de longa data tem sido divulgado. 

*Lino Tavares é jornalista e colunista convidado do portal SOS BRASÍLIA

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