Mulheres são responsáveis por 36% dos empreendimentos no Distrito Federal

Foto: @akemicupcakes/Divulgação

Segundo Sebrae, há 121 mil donas de negócios na capital. Na semana do Dia Internacional da Mulher, conheça duas irmãs que criaram um brechó para trabalhar consumo responsável e uma empreendedora que vive de uma ideia que teve aos 14 anos de idade.

Luciana e Lorena Castro são irmãs e abriram um brechó, no DF; elas trabalham com o consumo consciente — Foto: Luana Eveline/ Divulgação
Luciana e Lorena Castro são irmãs e abriram um brechó, no DF; elas trabalham com o consumo consciente — Foto: Luana Eveline/ Divulgação

O último relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgado no ano passado, mostra que em 2018 as mulheres eram responsáveis por 36% do total de empreendimentos no Distrito Federal (veja abaixo). Ao todo, eram 121 mil donas de negócios e cerca de 102 mil trabalhavam por conta própria.

A pesquisa também apontava que as empreendedoras são mais jovens do que os homens. Além disso, elas têm maior escolaridade:

  • Mulheres: 43,8 anos
  • Homens: 45,3 anos,
  • Nível de escolaridade 16% maior entre as mulheres
Perfil das donas de negócios no DF em 2018, segundo pesquisa do Sebrae — Foto: Sebrae/DF
Perfil das donas de negócios no DF em 2018, segundo pesquisa do Sebrae — Foto: Sebrae/DF

No domingo (8), foi comemorado o Dia Internacional da Mulher e o G1, ao longo desta semana, apresenta uma série de reportagens com o tema. Nesta quarta-feira (11) o espaço é para as empreendedoras.

Na quinta reportagem da série, você vai conhecer mulheres empreendedoras que fizeram do estilo de vida uma inspiração para os negócios:

  1. As irmãs Lorena e Luciana Castro montaram um brechó para trabalhar o consumo consciente;
  2. Luísa Akemi começou a empreender aos 14 anos e, aos 22 anos, é uma das confeiteiras mais conhecidas de Brasília.

Consumo consciente e empreendedorismo

Brechó Las Hermanas usa redes sociais para estimular consumo consciente no DF — Foto: Brechó Las Hermanas/Divulgação
Brechó Las Hermanas usa redes sociais para estimular consumo consciente no DF — Foto: Brechó Las Hermanas/Divulgação

Quem nunca escutou a frase “mulher gasta demais” ou “mulher adora comprar”. São afirmações comuns e muito ligadas com a relação cultural que se faz entre mulheres e consumo.

Na contramão a essa linha de raciocínio, as irmãs Lorena e Luciana Castro criaram um brechó onde trabalham com o conceito de consumo consciente. O negócio começou em 2012.

No início, a dupla usava o Facebook para alcançar o público feminino de Brasília. Em 2015, elas passaram a utilizar também o Instagram para a divulgação.

Em menos de 5 anos, o Brechó Las Hermanas conquistou 66 mil seguidores e vende para todo o Brasil. Em 2017, as irmãs largaram os empregos e inauguraram uma loja.

“No início a gente conciliava. Eu era professora de inglês e minha irmã era enfermeira. Mas agora , não tem mais como, a dedicação é total ao brechó”, afirma Lorena.

Brechó Las Hermanas usa redes sociais para estimular consumo consciente no DF — Foto: Brechó Las Hermanas/Divulgação
Brechó Las Hermanas usa redes sociais para estimular consumo consciente no DF — Foto: Brechó Las Hermanas/Divulgação

Para a ex-professora, o sucesso está ligado a uma nova maneira de consumir. “Acredito que estamos em uma nova era do consumo, que é a sustentabilidade. Como as mulheres são as maiores consumidoras de moda, a questão do consumo consciente parte delas também”, aponta.

“Fico muito feliz ao ver mulheres reaproveitando as roupas, mas sei que ainda temos um longo caminho pela frente, no sentido de conscientizar cada vez mais as consumidoras.”

O negócio que começou na escola

Luísa Akemi, confeiteira e empreendedora que começou aos 14 anos — Foto: @akemicupcakes/Divulgação
Luísa Akemi, confeiteira e empreendedora que começou aos 14 anos — Foto: @akemicupcakes/Divulgação

Luísa Akemi, de 22 anos, é formada em Gastronomia. Mas, quando começou a vender cupcakes, ela tinha apenas 14 anos e ainda estava na escola.

Como toda adolescente, Luísa queria ganhar dinheiro e decidiu transformar uma ideia em negócio. Seguindo dicas da internet, conta que aprendeu com o método “tentativa e erro”.

“Eu percebi que o trabalho começou a dar certo quando passei a levar caixas com mais de 40 cupcakes pra escola e vendia tudo, voltava com elas vazias.”

Entre 2012 e 2016, o trabalho era feito na cozinha da casa dos pais. Com o aumento das encomendas e do lucro, Luísa conseguiu pagar o aluguel de um ateliê, em Águas Claras, onde está até hoje e trabalha com uma assistente.

Com quase 100 mil seguidores no Instagram, um canal no youtube e uma fan page no Facebook, a rotina de trabalho é puxada. A confeiteira, além do ateliê, tem mais de 1 mil alunos online – no Brasil e em outros países, como Estados Unidos, Alemanha e Japão.

Luísa Akemi começou a empreender aos 14 anos, no DF — Foto: @akemicupcake/ Divulgação
Luísa Akemi começou a empreender aos 14 anos, no DF — Foto: @akemicupcake/ Divulgação

Os doces de Luísa vende são personalizados. Mas, a confeiteira diz que sempre lembra de alguns, considerados especiais.

“Nesses oito anos, tem uma encomenda que me emocionou muito”, diz ela. Era a mãe de uma menina com síndrome de Down que ia completar um ano.

“Em cada cupcake escrevemos uma palavra especial, como gentileza, bondade e amor. Com certeza, não me esqueci desses cupcakes.”

Fonte: Ludmilla Dias, sob supervisão de Maria Helena Martinho

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