UM PASSO ALÉM DO TEMPO

Por: Ademar Vasconcelos

O noticiário policial registra o tombamento de três policiais militares do estado de São Paulo, no pleno cumprimento do dever legal, nos termos da legislação penal vigente, em abordagem de rotina, em via pública. Mesmo atendendo aos protocolos formulados pela técnica e amparados pela boa doutrina policial e, observados os anseios da sociedade, foram atingidos mortalmente – pelas costas – em um lapso de torpeza do falso policial, ao sacar uma arma de fogo que ocultara quando da abordagem. A surpresa e a dissimulação deram vazão ao sentimento tacanho da violência subjacente naqueles que desafiam no cotidiano a força do direito do poder estatal.

Há que se registrar que as circunstâncias qualificadoras insertas quando da previsão legal do crime de homicídio, são sentimentos que se manifestam tão somente no comportamento do homem, visto que se circunscrevem na dimensão humana, limítrofes ou paralelas, orbitando entre o normal e o patológico. Diante de tal quadro ficam excluídos os chamados animais irracionais.

Enquanto os animais, por sua natureza e essência não perdem e não desnaturam os seus instintos, os seres humanos se desumanizam, levando-se em conta as circunstâncias de tempo e lugar.

A atividade policial exige um grau de destreza e higidez, dos seus quadros, para o enfrentamento das situações adversas que lhes são apresentadas diuturnamente, em defesa da sociedade. Atentos aos seus deveres e regulamentos, são os policiais submetidos a uma formação rígida de comportamento condicionado de modo a responder com prontidão aos reflexos no embate com infratores. Não se pode descurar dos riscos inerentes ao porte e manuseio de armas de fogo.

Vigilantes ao chamamento das ocorrências registradas, os agentes públicos na atividade policial devem atentar para a rigidez dos protocolos, de modo que cheguem a bom termo em suas ações, agindo como verdadeiros guardiões diuturnos da lei.

A sociedade a seu turno, destinatária do bem comum, aspira pelo sentimento de nobreza de seus agentes policiais para que, sob a égide da lei, estejam sempre com um passo à frente do tempo, de modo a regressar com vida e júbilo das missões que o acaso lhes reserva.

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