BOLSONARO PASSA A GOVERNAR COM O CHICOTE NA MÃO

Por: Renato Riella

*Por Renato Riella, especial para o SOS BRASILIA

O presidente Bolsonaro, agora governando com chicote na mão, começa a semana com um problema a menos, depois que o presidente do BNDES, Joaquim Levy, pediu demissão do cargo em pleno domingo.

Levy não tinha outra alternativa, depois que foi publicamente colocado em suspeição por Bolsonaro, que não aceitou a nomeação de Marcos Barbosa Pinto, ex-colaborador do governo Dilma, para a Diretoria de Mercado de Capitais do banco.

A verdade é que Bolsonaro está tomando pé do governo, afastando de forma meio truculenta diversos “cavalos de troia” que ocuparam espaço na sua administração.

Pela falta de quadros políticos de confiança, o presidente está a cada momento abrindo mais espaço para generais, mas mesmo entre esses tem sentido decepções.

O “Episódio Levy” desgasta o ministro da Economia, Paulo Guedes, que bancou a nomeação do seu amigo para a presidência do BNDES, mesmo sabendo dos seus antecedentes em altos cargos dos governos Lula e Dilma.

A semana começa com outro desgaste para Paulo Guedes, que é o confronto pesado entre ele e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, pelo resultado considerado pífio no projeto de Reforma da Previdência.

Contestando mais uma vez o seu ministro, Bolsonaro declarou que esta pode ser a reforma possível neste momento e será bem vinda.

Resta saber se Paulo Guedes cumpre a ameaça e deixa o governo, se realmente ficar decepcionado com o projeto da Previdência.

GUEDES FALA SOBRE LEVY

Por enquanto, vê-se que o ministro indicou insatisfação com o trabalho de Levy à frente do BNDES, em entrevista a Gerson Camarotti, do G1, neste sábado.

“O grande problema é que Levy não resolveu o passado nem encaminhou solução para o futuro”, afirmou o ministro.

Guedes e Bolsonaro reconhecem que a caixa-preta do BNDES não foi aberta de forma suficiente, muito abaixo do que clama a opinião pública, que reconhece este banco como um dos principais focos de roubalheira dos petistas.

Outro motivo de descontentamento do ministro com Levy é a resistência do economista em devolver o dinheiro injetado no BNDES no passado.

Guedes já disse que espera receber R$ 126 bilhões neste ano, mas Levy não se comprometeu com a cifra. Os recursos são tratados como necessários para ajudar no ajuste fiscal do governo.

Na mesma linha deste caso do BNDES, Bolsonaro disse na semana passada que vai demitir também o general Juarez Aparecido de Paulo Cunha, presidente dos Correios, por ter comportamento sindicalista.

BNDES e Correios são duas empresas que terão de ser dirigidas com mão-de-ferro, para apurar os desmandos anteriores.

No caso dos Correios, pior ainda, pois avança na cabeça de Bolsonaro a proposta de privatização da empresa, projeto que tem grande apoio popular, diante da ineficiência dos serviços oferecidos.

*RENATO RIELLA é jornalista, colunista especial do SOS BRASÍLIA

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