Pandemia aumenta agressões online

Por: Carinne Souza
No dia Nacional de Combate ao Bullying, médicos alertam para o cuidado com a exposição virtual de crianças e adolescentes
No dia Nacional de Combate ao Bullying, médicos alertam para o cuidado com a exposição virtual de crianças e adolescentes

Nesta terça-feira (7/4), é celebrado o dia Nacional de Combate ao Bullying. O termo que surgiu na Noruega na década de 80, mas passou a ter maior relevância nos últimos anos com a chegada da internet e, principalmente, das redes sociais. A facilidade e velocidade para enviar e receber mensagens também traça um curto caminho para agressores e para o bullying online, também chamado de cyberbullying.

Segundo pesquisa realizada em 30 países divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), um em cada três jovens afirmaram ter sido vítimas de cyberbullying. Dos entrevistados no Brasil,  37%  disseram ter passado por situações como esta na web. Uma outra pesquisa realizada pela Pew Research mostrou, ainda, que 75% dos internautas afirmam que já viram alguém sofrendo bullying virtual.

Para o médico psiquiatra Luan Diego Marques, essas agressões podem causar marcas tão profundas, que os traumas reverberam para o resto da vida. Ele ainda explica que cyberbullying – agressões feitas de forma virtual, seja com vídeos ou fotos – são ainda mais impactante para saúde mental do indivíduo. “Nesses casos, devido à rápida disseminação nas redes sociais o impacto psicológico é ainda maior no jovem”, afirma o especialista em terapia interpessoal.

O momento de pandemia também pede atenção redobrada para as agressões virtuais. Para conter a disseminação da covid-19, diversos países adotaram à quarentena, esse período em casa aumentou em 40% o uso de redes sociais, como Facebook, WhatsApp e Instagram. Devido a esse crescimento da exposição online, o cyberbullying se tornou algo cada vez mais recorrente.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, o Brasil é o segundo país com a maior incidência de cyberbullying no mundo. O Marques ainda afirma que os pais devem observar o comportamento e escutar as crianças e os jovens. Além disso, fala sobre a necessidade de procurar ajuda de um profissional nesses casos. “Muitas vezes pode não parecer tão grave, mas para quem sofreu o bullying, tem muita relevância”.

“Como se trata de um estresse, o cyberbullying afeta diretamente o psicológico. Inclusive, a autoestima e confiança. Há casos em que esses traumas são tão graves, que podem desenvolver crises de ansiedade, depressão e até dificuldade de socialização”, finaliza o médico.

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