Apaixonado por caminhão de lixo, menino de 2 anos faz homenagem a garis no DF; veja fotos

Foto: Yasmine Marins/Arquivo pessoal

Theo Marins entregou cartazes e presentes para funcionários do Serviço de Limpeza Urbana. ‘Ele não perde um momento da coleta’, conta mãe.

A rotina do pequeno Theo Duarte Marins, de dois anos, envolve mais do que os compromissos com a escola e as horas de brincadeira. Apaixonado por caminhões de lixo, acompanhar o trabalho de coleta na quadra onde mora com a família, no Distrito Federal, é “uma missão”.

Assíduo, o menino não perde um dia sequer de “trabalho”. Ao chegar, cumprimenta os servidores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), depois, vibra a cada sacola recolhida na QI 29 do Guará.

Nesta segunda-feira (21), ele e a mãe – a orientadora educacional Yasmine Duarte, de 31 anos – decidiram fazer diferente.

Theo Duarte Marins, de 2 anos, segura cartaz em homenagem a garis — Foto: Yasmine Marins/Arquivo pessoal
Theo Duarte Marins, de 2 anos, segura cartaz em homenagem a garis — Foto: Yasmine Marins/Arquivo pessoal

Os dois confeccionaram cartazes e embalaram presentes para serem entregues aos garis. A ideia da homenagem surgiu na data em que se comemora o “Dia do Lixeiro” – mesmo que o marco não seja reconhecido pela categoria (entenda abaixo).

Munidos de criatividade, Yasmine e Theo escreveram recados em cartazes, compraram kits de presentes e enfeitaram com laços. Às 21h de segunda-feira eles desceram do apartamento para esperar os garis. O que mãe e filho não contavam, é que a coleta de lixo tinha mudado de horário.

Theo deixou recado para os garis sobre o contêiner de lixo do prédio onde mora, no Distrito Federal — Foto: Yasmine Marins/ Arquivo pessoal
Theo deixou recado para os garis sobre o contêiner de lixo do prédio onde mora, no Distrito Federal — Foto: Yasmine Marins/ Arquivo pessoal

Depois de quase duas horas de espera, a dupla optou por deixar os presentes com o porteiro do prédio. No contêiner do lixo, ficou o recado:

“Deixamos uma lembrancinha na portaria do prédio. Por gentileza, peguem com o porteiro.”

Antes de voltar para casa, teve pose para fotos e um registro no elevador. A torcida era para que a chuva não estragasse os bilhetes pregados com tanto carinho.

Theo dorme abraçado ao caminhão de lixo de brinquedo, que ganhou da avó — Foto: Yasmine Marins/ arquivo pessoal
Theo dorme abraçado ao caminhão de lixo de brinquedo, que ganhou da avó — Foto: Yasmine Marins/ arquivo pessoal

“O Theo ainda ficou acordado bravamente, esperando na janela.”

Cansado, o menino foi para a cama, mas dormiu abraçado ao caminhão de lixo, de brinquedo. “Ele ganhou da avó”, explica Yasmine.

Já na madrugada de terça (22), por volta das 4h30, Yasmine conta que o filho acordou com o barulho do caminhão. O menino correu para a janela e acenou: o lixo estava sendo recolhido.

“Theo acordou gritando ‘o caminhão de lixo, mamãe’. Correu pra varanda e ficou olhando, mas eles [garis] não viram dessa vez.”

Com a certeza de que a homenagem tinha sido feita, o pequeno Theo, “finalmente dormiu”, relembra a mãe.

Paixão por caminhões

A paixão por caminhões de lixo e pelo trabalho dos garis surgiu quando Theo ainda era bebê. Segundo Yasmine, no começo a relação do menino com os funcionários era de medo – por causa do barulho da coleta. A mãe diz que “até hoje não se sabe quando virou amor”.

Theo, o menino de 2 anos apaixonado pelo trabalho dos garis, brinca com caminhão de lixo — Foto: Yasmine Marins/ arquivo pessoal
Theo, o menino de 2 anos apaixonado pelo trabalho dos garis, brinca com caminhão de lixo — Foto: Yasmine Marins/ arquivo pessoal

“Ele é enlouquecido. Desce ou fica gritando para eles da sala [do 8º andar]. Corre de um lado para outro e assiste o caminhão de todas as janelas da casa.”

Inconformado em somente observar, Theo também pede a mãe para seguir os garis que fazem o transporte do lixo. “Têm dias que temos que ir andando atrás do caminhão, de quadra em quadra”, diz ela.

A “missão” virou brincadeira na família. Segundo os pais, o menino aprendeu a identificar as marcas e modelos de caminhões, reconhece o som do motor do veículo e, na oportunidade de receber presentes, pede caçambas e carretas de brinquedo.

O carrinho mais recente veio da avó, o brinquedo preferido dele, com a marca de materiais recicláveis. O sonho, conta a mãe, é ganhar um uniforme de gari.

Dia do Gari

No calendário, o Dia do Gari é lembrado em 16 de maio. Mas na internet, alguns sites fazem referência ao dia 21 de outubro como “Dia do Lixeiro”.

Não se sabe ao certo a origem das datas, no entanto, a comemoração no início do ano é mais reconhecida entre os profissionais. Sobre o termo, a preferência da categoria, segundo o Sindicato de Trabalhadores de Limpeza Urbana no DF, é para a palavra “gari”.

Fonte: Marília Marques, G1 DF

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