Flávio Migliaccio é encontrado morto em sítio no Rio de Janeiro

Ator tinha 85 anos e morreu nesta segunda-feira (4) em Rio Bonito; ainda não há informações sobre a causa da morte

Flávio tinha 85 anos

Flávio tinha 85 anos

Reprodução/Instagram

O ator Flávio Migliaccio foi encontrado morto nesta segunda-feira (4). Segundo informações do Balanço Geral, ele estava sozinho no sítio dele, localizado em Rio Bonito, no Rio de Janeiro.

O caseiro encontrou o corpo de Flávio e ligou para o filho do artista, Marcelo Migliaccio, que está a caminho do local.

Ainda não há informações sobre a causa da morte.

Advogado de Flávio há mais de 20 anos, Sylvio Guerra usou as redes sociais para lamentar a morte do cliente e também amigo.PublicidadeFechar anúncio

“Com muito pesar que recebemos a notícia do falecimento do meu querido cliente Flávio Migliaccio, a quem representava judicialmente há mais de 20 anos e desenvolvi uma amizade além do campo profissional. Flávio tinha muita alegria e um talento que irradiava felicidade, seja como o Tio Maneco, seja como Seu Chalita e todos os outros personagens que interpretou ao longo da sua carreira”, escreveu Sylvio, que prestou solidariedade à família.

Flávio tinha 85 anos e colecionava uma série de trabalhos de sucesso na televisão e nos cinemas. Grandes personagens marcaram a carreira do artista que ficou conhecindo por interpretar Tio Maneco, do filme Aventuras com Tio Maneco e Maneco, Xerife, da novela O Primeiro Amor e do seriado infantil Shazan, e Seu Chalita, da série Tapas e Beijos.

O ator, que fez vários personagens de destaque na TV, foi encontrado morto no sítio dele, ao lado de uma carta que teria sido deixada para a família

Flávio Migliaccio tinha 85 anos

Divulgação/Rede Globo

Flávio é muito conhecido pelo seu papel de Xerife na série de TV brasileira Shazan, Xerife e Cia., e pelo papel de Tio Maneco, na série exibida pela TVE.

Viveu personagens de destaque nas novelas  ‘Rainha da Sucata’, ‘Perigosas Peruas’, ‘A Próxima Vítima’, ‘Vila Madalena’, ‘Senhora do Destino’ e ‘Passione’, entre muitas outras.PublicidadeFechar anúncio

O último personagem dele na TV foi em ‘Órfãos da Terra’, da Globo. Deu show na pelo do árabe Mamede, ao lado do colega Osmar Prado. Mamede tinha Alzheimer e encerrou sua jornada na novela de forma muito emocionante.

A Polícia já está investigando o caso, que está sendo tratado como ‘suicídio’. O ator teria deixado uma carta de despedida para família. Ele foi encontrado morto pelo caseiro, dentro de casa, que fica na Serra do Sâmbe, em Rio Bonito.

O último trabalho de Flávio na televisão foi na novela Órfãos da Terra, exibida em 2019.

Fonte: R7

DEU NO GLOBO:

Flávio Migliaccio, eterno Xerife, se despede; ator deixa peças inéditas

PATRÍCIA KOGUT 04/05/2020 – 14H18Flávio Migliaccio durante a quarentena  (Foto: Marcelo Migliaccio)Flávio Migliaccio durante a quarentena (Foto: Marcelo Migliaccio)

O último personagem de Flávio Migliaccio na televisão foi o Mamede de “Órfãos da terra”. Na trama das 18h de Thelma Guedes e Duca Rachid, ele era um imigrante árabe que vivia em guerra com o vizinho judeu, Bóris (Osmar Prado). Com seu talento imenso e sua doçura natural, deu uma rasteira em todas as armadilhas da caricatura contidas nessa rixa. E ganhou o coração do público. Grande ator, soube redimensionar (sempre valorizando) até os papéis menores. Na comédia, será lembrado pelas gerações mais jovens ainda por outro árabe, o Seu Chalita de “Tapas & beijos”. Como o dono de um restaurante de quitutes típicos do Oriente Médio em Copacabana, ele divertiu em ótimas parcerias num elenco todo de talentos (está no ar no GNT).

Para quem cresceu nos anos 1970, entretanto, o ator marcou com outro tipo inesquecível: o Xerife de “Shazan, Xerife e cia”. No programa infantil da Globo, Flávio formava dupla com Paulo José, o Shazan. Os personagens surgiram numa novela de Walther Negrão, “O primeiro amor”. Fizeram tanto sucesso que passaram a estrelar seu próprio seriado. A dupla de mecânicos atrapalhados usava como meio de transporte uma “camicleta”. O híbrido de caminhão com bicicleta era obra do artista plástico Stoessel Cândido. A produção tinha uma pegada circense, era uma aventura divertida com mensagens educativas. Anos mais tarde, trabalhei com o filho de Flávio, o jornalista Marcelo Migliaccio, aqui no O GLOBO. Muito próximo do pai sempre, ele me contou com orgulho e carinho que, na época, o público infantil costumava cercar o Fusca da família em busca de um autógrafo.

Depois desse personagem, Flávio desempenhou outros papéis importantes em novelas, invariavelmente com brilho. Teve uma carreira longa e prolífica, na televisão, no teatro e no cinema. Aos 85 anos, seguia ativo, criando. Na semana passada, conversou com Gabriel Menezes, repórter da coluna, sobre seus projetos futuros. Disse que estava aproveitando os dias de isolamento social para trabalhar: “Eu praticamente passo o tempo todo escrevendo. Estou terminando a terceira peça desde o início do confinamento”, contou. Não deu tempo de publicar a foto que recebemos dele, diante do computador, feita pelo filho. Saudade.

Fonte: OGlobo

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