Que tal aprender francês, de graça, na hora do almoço?

Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

Curso é oferecido pela Secretaria de Cultura e as aulas são dadas dentro da Biblioteca Nacional de Brasília

Os alunos de duas turmas do curso de francês promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) na Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) terminaram as aulas e receberam nesta quarta-feira (6) o certificado de conclusão da formação no nível básico da língua estrangeira. As aulas, direcionadas a iniciantes, foram dadas na hora do almoço e mais de 400 pessoas tiveram a oportunidade de aprender o idioma gratuitamente.

“Achei que iam aparecer uns 15 interessados, mas 700 pessoas se inscreveram”, contou Cristian Brayner | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

A iniciativa faz parte do programa BNB Práticas de Línguas Estrangeiras, que tem a meta de oferecer aulas gratuitas de idiomas ao público em geral. “A gente ia fazer uma experiência.

Queria usar minha hora de almoço para ensinar francês, achei que iam aparecer uns 15 interessados, mas 700 pessoas se inscreveram”, contou Cristian Brayner, subsecretário de Patrimônio Cultural da Secec e um dos professores voluntários do programa.

No primeiro dia de inscrições, 427 interessados estiveram na Biblioteca Nacional. No segundo dia, foi aberta uma lista de espera com mais 350 nomes. Eles foram matriculados conforme a desistência dos primeiros inscritos. O grupo acabou dividido e quatro turmas com cerca de 110 alunos cada foram formadas. As outras duas turmas devem se formar em 15 dias.

O curso teve 60 horas aula, mas, como era dado apenas uma vez na semana, das 12h30 às 14h, demorou dois meses para ser concluído. Ano que vem, novas turmas do nível intermediário serão abertas e outras do nível básico também serão formadas.

“Nossa ideia era aproveitar a infraestrutura da Biblioteca Nacional e fazer o equipamento ser público de fato. Esse projeto trouxe uma ruptura naquela ideia de que uma biblioteca é um espaço de silêncio”, afirmou Cristian. “Um equipamento cultural que se preze tem que produzir mobilidade social, senão é apenas um prédio bonito”, disse.

Depois de iniciadas as turmas de francês, o programa passou a oferecer também cursos de inglês e espanhol. Ano que vem o objetivo é lecionar também japonês e alemão. Segundo o subsecretário de Patrimônio Cultural, outro objetivo do programa é combater o desemprego no Distrito Federal.

“Saber um idioma é um diferencial do profissional”, explica. “O resultado foi muito bacana. As turmas eram diferenciadas, desde a idade até a classe social. Tinha a senhorinha como aluna e o alto executivo. A hora de almoço facilitou muito”, relatou.

“O mercado de trabalho não está fácil e a gente tem que se reinventar” | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

Márcio André, 40 anos, está desempregado há dois e fez o curso básico de francês para melhorar o currículo. Ele também tentou uma vaga no curso de inglês, mas não tinha mais.

“O mercado de trabalho não está fácil e a gente tem que se reinventar. Fiz um curso de ascensorista de elevador, profissão que nem existe mais”, disse o morador da Vila Planalto que busca uma vaga na área administrativa. “Sempre falo que não adianta ser frentista se você não gosta.”

O publicitário Lenilto Leite, 35 anos, trabalha na Esplanada dos Ministérios e aproveitava a hora de almoço para aprender mais uma língua. Ele já fala inglês fluentemente. “Fiquei sabendo do curso em um grupo de whatsapp e me inscrevi porque adoro estudar línguas. A iniciativa é ótima, é preciso fomentar mais esse tipo de ação”, elogiou.

Marília Caires, 21 anos, ainda nem entrou na faculdade, mas sabe que o Canadá tem a especialização que quer fazer. Ela se matriculou para aprender a língua falada em Montreal e Québec e diz que pretende continuar os ensinamentos de francês, de preferência no curso gratuito.

“Enquanto tiver curso estarei aqui”, disse. “Estudo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quero fazer Medicina. Falo inglês e espanhol e não sei exatamente onde vai ser a especialização. Sabendo francês também, fico tranquila”, explicou.

Fonte: GIZELLA RODRIGUES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

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