REFORMA DO AUTÓDROMO DE BRASÍLIA. GOVERNO AGNELO (PT) FOI O GRANDE ENTRAVE, SEGUNDO FMDF

FOTO: CORREIO BRAZILIENSE

Entenda um pouco sobre a reforma

I – Introdução

O autódromo representa muito mais que um espaço para corridas. O esporte a motor tem um grande potencial para gerar empregos, pois cada piloto na pista emprega, no mínimo, quatro pessoas. A preparação das motos e carros de corrida envolve alta tecnologia com um  custo que ajuda movimentar a economia da cidade. O autódromo homologado para eventos internacionais coloca Brasília no circuito mundial de Campeonatos, pois é uma cidade com excelente infraestrutura para comportar grandes eventos: uma rede hoteleira a menos de 1 Km do autódromo, aeroporto a 10 Km do centro com voos internacionais, além de facilidade para cobertura jornalística. Temos o autódromo mais bem localizado do mundo, que resistiu à especulação imobiliária ao longo dos anos.

A reforma do autódromo pode levar Brasília ao cenário mundial do esporte se bem realizada.   Mas há grande preocupação com o encaminhamento do processo. 

II – Histórico

  1. A Iniciativa

Em 2009, através dos Senhores Ex-pilotos Emerson Fittipaldi, Ex-F1, e Luiz Garcia Júnior, Ex-Indy, iniciaram-se as primeiras reuniões para discutir uma possível reforma do autódromo e, o mais importante, como este autódromo iria ser rentável para se manter conservado. Federações e confederações de carro e moto, pilotos e promotores de esporte a motor participaram das reuniões chegando a várias conclusões, dentre estas vale ressaltar:

·         A reforma deveria ser ampla aproveitando estruturas como as arquibancadas e parte do traçado original;

·         A segurança dos pilotos como prioridade;

·         O custo da reforma se justificaria com a divulgação da cidade em transmissões ao vivo, para diversos países, de eventos internacionais como Moto GP, Fórmula Indy é até F1, o que impulsionaria o turismo internacional em Brasília;

·         Um circuito seguro possibilitaria o desenvolvimento de escolas de pilotagem, com um maior número de provas nacionais e regionais;

·         O custo de manutenção do autódromo seria de aproximadamente R$ 100.000,00 por mês ou R$ 1.200.000,00 por ano.

·         O projeto deveria ser feito por empresa especializada em desenvolver projetos de autódromos e deveria atender tanto ao motociclismo quanto ao automobilismo, ser homologado nas quatro entidades que regulamentam o esporte a motor, sendo duas internacionais,”Fedération Intenationale de L’Automobile” (FIA) e ”Fedération Intenationale de Motocyclisme” (FIM) e duas nacionais, Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), no padrão “A”, o único padrão que permitiria a realização de eventos como a F1 e o Moto GP.

Depois de definidas as diretrizes para reformar o autódromo, a proposta foi apresentada ao GDF. Diante da dificuldade do governo em fazer uma licitação internacional para contratar uma empresa de design de circuitos capaz de desenvolver segundo o padrão “A” das entidades internacionais, o Sr. Emerson Fittipaldi e Luiz Garcia Júnior conseguiram que a “Fedération Intenationale de L’Automobile” (FIA),  entidade maior do automobilismo, doasse o projeto ao GDF. Porém, o governo ou as entidades brasileiras precisariam dar uma contra partida. Esta foi doada pela empresa IMX que detém os direitos do MOTO GP no Brasil e, por conseguinte, tem interesse em que haja um autódromo homologado pela ”Fedération  Intenationale de Motocyclisme” (FIM) para realizar o evento. A IMX organiza eventos com o ROCK IN RIO, “CIQUE DU SOLEIL”. A FIA escolheu a inglesa “APEX CIRCUIT DESIGN LTD” para projetar a reforma do autódromo, uma das três empresas internacionais que tem a chancela tanto da FIA quanto da FIM para projetos desta natureza.

  1. O Projeto

Em 2010, o GDF forneceu todas as plantas e levantamentos topográficos para a APEX iniciar os estudos do novo circuito. Em 2011, a empresa apresentou os primeiros estudos em que destacamos as seguintes características:

  1. Reaproveitamento de 65% do circuito antigo;
  2. Aproveitamento das arquibancadas que são de alto custo na construção;
  3. Inversão do sentido da pista, permitindo ganho de área de escape suficiente sem demolir nenhuma arquibancada;
  4. Dois circuitos independentes com utilização simultânea, permitindo praticamente dobrar o número de eventos nos fins de semana viabilizando uma forma do autódromo ser auto sustentável;

 A manutenção do Kartódromo não estava, porém, prevista no projeto. Cientes da falta de pistas para a prática do Kart e do Supermoto em Brasília e da superlotação do Kartódromo do Guará, foram levantadas as possíveis alternativas como a construção de um novo Kartódromo nas proximidades do autódromo, a reforma e ampliação do Kartódromo do Guará e ainda a recuperação do Kartódromo do Restaurante Alpinos no Parque da Cidade.

A perspectiva da reforma e a disposição do GDF em fazer algumas pequenas melhorias na pista atraíram os promotores a incluir Brasília no calendário de competições: eventos como a STOCK CAR passaram a realizar duas etapas por ano, a SuperBike Series Brasil veio a Brasília e retorno de eventos com o Brasileiro de Motovelocidade MOTO 1000GP. Infelizmente as melhorias pontuais não foram suficientes e mostrou que a reforma deveria ser total.

  1. A Homologação do Projeto

O interesse em realizar eventos cada vez melhores em Brasília só aumentava. Em agosto de 2013 os representantes da MOTO GP,Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna e Alan Adler Diretor Presidente da IMX, estiveram em Brasília. Na oportunidade assinaram contrato na intenção de voltar a realizar uma prova de MOTO GP no Brasil, 10 anos depois do descredenciamento do autódromo do Rio de Janeiro.

Resultado de imagem para agnelo queiroz
Agnelo Queiroz (PT/DF), o grande ENTRAVE burocrático que emperrou o projeto do novo autódromo, queimando o filme de Brasília junto a organismos internacionais, segundo FMDF

No final de outubro de 2013, uma comitiva do GDF esteve em Silverstone na Inglaterra para defender e aprovar o projeto do novo autódromo. Participaram da comitiva autoridades e representantes do automobilismo e motociclismo:

·         Agnelo Queiros, Governador de Brasília e membros do GDF

·         Vito Ippolito, presitente da FIM

·         Firmo Alves, presitente da CBM

·         Carlos Senise, presidente da FMDF

·         Amir Nasr, chefe de equipe de categorias importantes como a Stock Car

·         Felipe Nasr, piloto de F1.

·         Lucas Foresti, piloto de Stock Car.

Além do representante da Dorna, Carmelo Ezpeleta e Alan Adler CEO da IMX .

O projeto passou e foi aprovado, com pequenos ajustes, por uma comissão de pilotos do mundial de motovelocidade. Os representantes do automobilismo sugeriram que a reta pudesse ser maior e a Apex ficou de estudar. O projeto foi aprovado também nos testes de simulador de acidentes e a infraestrutura da cidade agradou em vários aspectos. O GDF se comprometeu a realizar a obra em três etapas, sendo que a primeira etapa que visava a segurança do circuito estaria pronta até agosto de 2014. Assim, a Dorna voltou a incluir o Brasil no calendário do Mundial de Motovelocidade e marcou a data do GP Brasil para 28 de setembro de 2014 em Brasília.

  1. O Processo de Licitação

Dando início ao processo de licitação, a NOVACAP realizou a audiência pública em dezembro de 2013. O interesse da comunidade foi enorme e lotou o auditório, o representante da Apex explicou os detalhes técnicos do projeto proposto e as soluções foram muito bem aceitas. A então Diretora de Obras Especiais da Novacap, Sra. Maruska Holanda, explicou que o autódromo teria dois circuitos, denominados Norte e Sul, um trecho estenderia a reta para 1 Km, o prédio dos box teria 480m e quatro pavimentos, o asfalto teria as especificações internacionais, e que o Kartódromo seria transferido para uma área próxima do autódromo e ainda seria licitado junto com o autódromo.

Como em junho a obra prometida para agosto de 2014 não tinha sequer sido licitada, as entidades internacionais FIM e Dorna desistiram de Brasília como sede do MotoGP, mas não desistiram do Brasil. Goiânia tinha acabado de reformar o autódromo da cidade e já havia sediado o mundial de Motovelocidade nos anos de 1987 a 1989. A convite do governo goiano, técnicos da FIM estiveram em Goiânia para uma vistoria e possível início de homologação do circuito, mas constataram que a reforma feita no autódromo não tinha observado vários aspectos técnicos e que obras já efetuadas precisariam ser refeitas a um custo total de aproximadamente R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais).

Mesmo com o processo de licitação em atraso, o Grupo Bandeirantes de Comunicação, detentora dos direitos da Fórmula Indy no Brasil, mostrou interesse em realizar a corrida em Brasília. A reforma do autódromo voltava a ganhar força, e em 8 de setembro foi realizada a licitação 008/2014 da NOVACAP tendo como objeto:

 “Contratação de empresa especializada para prestar serviços de Supervisão e Assessoramento Técnico no Desenvolvimento dos Projetos, Especificações e Acompanhamento das Obras e Serviços necessários à Reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet de Brasília, localizado no Setor de Recreação Público Norte, em Brasília/DF, tendo por objetivo a homologação do mesmo perante a “Fedération Internationale de Motocyclisme” (FIM), “Fedération Internationale l’Autombile” (FIA) e da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), de forma a possibilitar a inclusão de eventos motociclísticos e automobilísticos internacionais regulamentados por tais entidades.”

As especificações técnicas desta licitação foram definidas segundo o projeto da Apex Circuit Design Ltd que integra o Edital de Licitação em seus anexos, os quais foram apresentados em audiência publica e já haviam sido aprovados pela FIM.

A empresa vencedora do certame foi a Rígido Engenharia.

  1. O Novo Projeto

Em 18 de setembro, o GDF, juntamente com o Grupo Bandeirantes, anuncia a corrida da Fórmula Indy em Brasília para o dia 8 de março de 2015 e, para nossa surpresa, apresenta um novo projeto completamente diferente do que havia sido proposto em audiência pública e licitado em sua parte técnica. Na ocasião preferimos não fazer nenhum pré-julgamento, pois não conhecíamos o novo projeto. Entramos em contato com todas as entidades nacionais e internacionais e nenhuma tinha conhecimento do novo projeto, tentamos junto à TERRACAP e à NOVACAP ter acesso ao projeto sem sucesso. No dia 10 de outubro foi publicada a chamada para a licitação de reforma do autódromo e só então tivemos conhecimento do que estava sendo licitado. Ficamos surpresos, pois o projeto não corresponde absolutamente com o que foi definido na licitação 08/2014. O projeto apresentado não atende aos requisitos mínimos de projetos de circuitos internacionais no padrão “A”.

No dia 24 de outubro, conseguimos uma reunião com a Sra. Maruska Holanda, Presidente da TERRACAP, e demonstramos nossa preocupação com diversos aspectos não observados na proposta atual tais como: a sustentabilidade do autódromo com a manutenção dos dois circuitos, a segurança da pista, a localização adequada do posto médico, estruturas essenciais para realização de provas, entre outros. Entregamos um ofício (Ofício 97/FMDF/2014) que alertava para os erros graves do projeto, o que impossibilitaria a homologação junto a FIM. Fomos informados que possíveis erros seriam corrigidos e que a homologação estava a cargo da empresa Rígido Engenharia. A Sra. Maruska propôs que participássemos de uma reunião na NOVACAP marcada para o dia 28 de outubro com representantes da empresa Rígido, mas houve cancelamento desta reunião e um novo agendamento foi proposto pela Sra. Maruska para o dia 05 de novembro, desta vez com os representantes das entidades CBM, CBA, FMDF, FADF e também da empresa IMX que detém os direitos do Moto GP no Brasil. Infelizmente, no dia 31 de outubro a reunião foi cancelada novamente.

III – Conclusão 2014

Como bem destacou na audiência publica o então Presidente da TERRACAP, Sr. Deusdeth Cadena Finott, é inegável a tradição e vocação de Brasília para o automobilismo e é inegável também que Brasília tem uma excelente infraestrutura para receber grandes eventos e um dos autódromos mais bem localizado do mundo.

Temos receio de que ocorra em Brasília os mesmos erros cometidos nas cidades de Goiânia e São Paulo. O autódromo de Goiânia recém-reformado apresenta vários problemas estruturais, inclusive problemas no asfalto. Em São Paulo, Interlagos sofre reformas pontuais todos os anos para receber a Fórmula 1. Um projeto bem definido, observando todas as normas técnicas, a execução e acompanhamento da obra com qualidade são fundamentais para que o resultado seja duradouro e alcance os objetivos pretendidos.

Reconhecemos a urgente necessidade de adequação do autódromo para realização da Fórmula Indy em 08 de março de 2015, mas entendemos que tais adequações devem seguir as especificações propostas no projeto original licitado, para que não haja desperdício de recursos e que seja possível a posterior continuidade das reformas para futura homologação junto às entidades internacionais conforme disposto na licitação 08/2014 da Terracap, possibilitando assim, a entrada de Brasília no calendário internacional de competições motociclísticas com a realização do MOTOGP em 2016.

IV – A que ponto nós chegamos

Apesar de todos os ofícios e avisos emitidos pela Federação de Motociclismo FMDF, o assunto foi tratado com descaso e justificativa de urgência causada pela burocracia. Depois do cancelamento do MOTO GP que estava programado para 28 de Setembro de 2014, UNIVERSIADE em 2019 e agora da Fórmula Indy Brasília está conhecida como a cidade da falta de compromisso como os eventos internacionais e isso certamente atrapalhará a boa imagem construída com a COPA de 2014.

V – Soluções para o momento que o DF vem atravessando

Em levantamento de órgãos oficiais, 67% da obra já está concluída.

·         Para a sobrevivência dos esportes a motor nós necessitamos que:

o    A conclusão do asfalto.

o    A recolocação dos Guardrails.

o    A devolução e reposicionamento dos pneus de proteção.

As outras estruturas que foram demolidas como Torre de cronometragem, Salas de Brieffing e Imprensa e demais construções como as sedes das Federações de Motociclismo e Automobilismo que estavam estabelecidas a mais de 20 anos no local, poderão ser feitas em um momento mais oportuno e adequado para as finanças do GDF.

VI – Prejuízos eminentes

Fora o prejuízo de ter perdido um evento internacional como a Fórmula Indy, ainda corremos o risco de perder outros eventos nacionais de grande importância e tradição para a cidade como Stock Car, Fórmula Truck, Superbike Séries, Moto 1000 GP, Brasileiro de Marcas, Centro-Oeste de Marcas e Pilotos, Porche Cup, Fórmula 3 Brasil, Campeonato Brasileiro de Supermotos, Old Stock Car, dentre outros….. Além dos campeonatos nacionais inda serão prejudicados os Ciclistas que utilizam o Autódromo durante as manhãs para fugir do perigo do trânsito, os órgãos como PMDF, DER, PF, SAMU, Bombeiros, Exército, Presidência da República que utilizam o autódromo para treinamentos e aprimoramento de técnicas.

                No esporte a motor, a preparação dos veículos de competição é artesanal e emprega muitas pessoas, cerca de 4 por cada piloto participante, além de fomentar o comércio hoteleiro e demais segmentos relacionado a turistas. No desenvolvimento das provas regionais é gerado cerca de 200 empregos diretos e inúmeros indiretos e nas provas Nacionais até 1000 empregos diretos.

MAIORES INFORMAÇÕES: 

Carlos Senise – Presidente da FMDF – 61-98466-4476

Dida Brasil – Assessoria de Comunicação – FMDF/Capital Racing – 61-98146-1475

Alan Ricardo – Diretor da Capital Racing – 61-99157-5648

Cláudio Ferrari – Diretor de Logística da Capital Racing – 61- 99554-0421

COMPARTILHE AGORA:

Leia também