Atlético MG bate o Corinthians e desbanca o Inter da liderança, ficando 2 pontos à frente

Por: Lino Tavares

Começo o comentário de hoje, fazendo uma análise comparativa entre Grêmio Internacional, relativamente ao que essa 21ª representou para as duas torcidas da dupla Gre-Nal, que sustentam entre si uma das mais acirradas rivalidades do futebol brasileiro. 

Uso uma metáfora comparando esses dois gigantes do Pampa a um trem, para dizer primeiramente que nesta rodada de sábado o tricolor “entrou na linha”, vencendo o Ceará por 4 a 2 e voltando a praticar aquele futebol de toque de bola que enchia os olhos de sua torcida pouco tempo atrás.  

Mesmo desfalcada de sua excelente dupla de área Kannemann e Geromel, o time de Renato desencantou e deu um banho de bola no visitante cearense, fazendo quatro gols e criando oportunidades para fazer vários outros.

É verdade que nos últimos minutos de jogo desapareceu aquele futebol bonito revelado pelo dono da casa no primeiro tempo e em cerca de dois terços da segunda etapa, permitindo ao time de Guto Ferreira chegar ao segundo gol, descaracterizando-se assim aquele placar folgado de 4 a 1 que poderia ser chamado de goleada. 

Mas a queda de produção gremista só aconteceu porque Renato Portalupi, de olho no jogo da Copa do Brasil, quarta-feira diante do Cuiabá, resolveu poupar jogadores importantes como Matheus Henrique, Jean Pyerre (o melhor da partida) e Pepê, substituindo-os por reservas que logicamente não têm a mesma qualificação técnica dos substituídos. 

Trocou também Diego Souza, de boa atuação, por Diego Churín, mas nessa troca não dá para dizer que o substituto é tecnicamente inferior ao substituído e, além disso, o argentino recém contratado aproveitou a chance logo que entrou, marcando seu primeiro gol com a camisa tricolor.  

Se, nesta rodado do Brasileirão,  o Grêmio é comparável a um trem que “entrou na linha”,o Internacional  pode ser comparado a outro que  “descarrilou”,  neste sábado de maus resultados para as pretensões coloradas no sentido de conquistar o título brasileiro de 2020.

A derrota de 2 a 0 que o Inter sofreu diante do Santos preocupa não apenas pelos três pontos perdidos, que lhe custou a perda da liderança, mas pelo futebol medíocre que voltou a apresentar diante de um time desfalcado de vários jogadores importantes acometidos do Covid-19.

A situação é ainda mais desalentadora, considerando que o Internacional vem de resultados insatisfatórios, ocorridos mesmo quando ainda estava sob o comando de Eduardo Coudet, e precisava, neste jogo de hoje, dar a volta por cima com uma atuação convincente, suscitando a expectativa de  que o novo técnico contratado, Abel Braga, veio para fazer esquecer o treinador argentino que abandonou seu time em meio à disputa de três importantes competições.

Para agravar ainda mais o inexplicável resultado adverso da Vila Belmiro, desta vez até o fator sorte abandonou o esquadrão do Beira-Rio, já que o Galo venceu o Corinthians na casa dele e lhe roubou o lugar na ponta da tabela e o São Paulo bateu o Fortaleza, passando a desfrutar da chance de saltar seis pontos à frente da equipe colorado, caso vença os três jogos a menos que possui.

O drama ora vivido pela time de Abel Braga extrapola a queda sofrida na tabela com essa derrota para o Santos e se estende à Copa do Brasil, na qual o Inter precisa vencer o América Mineiro fora com dois gols de diferença,  para continuar no torneio, e à Libertadores da América, disputa em que só permanecerá se passar pelo Boca Juniors, tendo que disputar o jogo decisivo no sempre temível estádio da Bombonera.

Lino Tavares

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