BRAGANTINO E FLUMINENSE “COLOCAM AREIA NO PASTEL” DE DOIS CANDIDATOS AO TÍTULO DO BRASILEIRÃO

Por: Lino Tavares

Palmeiras bate o River Plate de goleada e coloca um pé na decisão da Libertadores

Os jogos desta quarta-feira da 28ª rodada do Brasileirão deram uma chacoalhada na parte de cima da tabela, com a derrota surpreendente do São Paulo para o Bragantino por 4 a 2, em Bragança Paulista, e a derrota inesperada sofrida pelo Flamengo por 2 a 1, de virada, diante do rival Fluminense. Esses resultados, contudo, não provocaram mudança nas três primeiras posições da tabela, que por enquanto continuam sendo ocupadas por São Paulo, Atlético Mineiro e Flamengo, respectivamente. Já na quarta colocação, houve uma troca entre os componentes da Dupla Gre-Nal, com o Grêmio subindo para o G-4 e empurrando o Internacional para a quinta posição, ao vencer o Bahia na Arena pelo ajustado marcador de 2 a 1. Mas essa ultrapassagem gremista sobre o rival colorado pode ser desfeita nesta quinta-feira, no complemento da rodada, bastando para isso que o Inter empate com o Ceará no Castelão, quando então ficaria empatado com o Grêmio com 48 pontos, mas à frente dele na classificação pelo critério número de vitórias.  

Trata-se de um jogo importantíssimo para o time de Abel Braga, não só por representar a chance de retomar seu lugar no G4, tirando o Grêmio de lá, mas também por se constituir numa oportunidade de ocupar a vice-liderança do Brasileirão, caso vença o Ceará.  No segundo jogo de ida das semifinais da Libertadores, realizado nesta quarta-feira, o Santos empatou com o Boca Juniors em 0 a 0,  na Bombonera, aumentando a chance de termos dois clubes  brasileiros na grande decisão do torneio no Maracanã.  Um deles, o Palmeiras,  surpreendeu a todos, inclusive a sua torcida, ao golear o River Plate em Buenos Aires por 3 a 0, voltando da capital porteña praticamente vacinado contra uma eventual possibilidade de ter essa larga vantagem revertida pelo visitante argentino no jogo de Volta no Alianz Parque.    Aliás, o resultado de certa forma surpreendente corrobora a tese que defendi outro dia, dizendo que neste ano de 2021 estamos diante de dois Palmeiras: um que pratica um futebol apenas razoável nos jogos de seu país; outro que se revela gigante na disputa da Libertadores, na qual faz a melhor campanha e permanece invicto.  Há quem pergunte se essa vitória fácil do Palmeiras sobre o River Plate assusta o Grêmio de alguma forma, em relação à decisão da Copa do Brasil, na qual o tricolor irá medir forças com o alviverde treinado por Abel Ferreira. Eu diria que não, pois como já disse o Palmeiras que joga diante dos times brasileiros não é o mesmo que realiza essa campanha esplendorosa na Libertadores, como tem sido constatado em empates e derrotas palmeirenses aqui, para equipes de menor qualificação técnica.  É preciso levar em conta também que a fácil vitória palmeirense diante do River Plate foi a confirmação cristalina do velho refrão “quem não faz leva”, haja vista que o Palmeiras abriu o placar, valendo-se de uma reposição de bola infeliz do goleiro adversário, momentos depois de ter escapado de sofrer dois gols, quando o time argentino dominava as ações nos primeiros minutos do jogo. O que sobreveio a esse gol de abertura do placar foi um desarranjo total no sistema tático do time de Marcelo Gallardo, que passou a ceder terreno para a equipe Palmeirense se lançar ao ataque, explorando com muita propriedade os erros de marcação do adversário e chegando ao 3 a 0 com um impressionante índice de aproveitamento.    Se por um lado é possível afirmar com segurança quase absoluta que teremos a presença do Palmeiras na decisão histórica do Maracanã, temos de convir por outro que na outra semifinal nada está decidido.  

Empatados no jogo de ida, Santos e Boca  vão para o confronto decisivo na Vila Belmiro, cada um deles levando uma relativa vantagem extra-campo.  Ao Santos, soma favoravelmente o fato de jogar em casa, nos domínios que tão bem conhece, embora sem o incentivo da torcida nas arquibancadas, o que reduz substancialmente a vantagem do fator local.  Ao Boca, cabe a certeza de ser o único dos contendores que poderá eliminar o adversário e se tornar finalista da Libertadores com um empate por qualquer placar com gols, o que sem dúvida deve ser motivo de preocupação para o alvinegro treinado por Cuca, que precisará tomar sérias preocupações defensivas para não levar gol em casa, que vale por dois no critério de desempate. 

Por Lino Tavares

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