RIVER VENCE PALMEIRAS DE 2 A 0, MAS LEVA 3 A 0 DO VAR E ESTÁ FORA DA DECISÃO DA LIBERTADORES

Por: Lino Tavares

Quando o Palmeiras venceu o River Plate por 3 a 0, no jogo de ida das semifinais da Libertadores em Avellaneda, eu acreditei, como não poderia ser diferente, que o passaporte palmeirense estava carimbado para a final do torneio continental. 

Não que a equipe de Abel Ferreira tivesse revelado um futebol muito superior ao do time argentino, mas levando em conta a elasticidade no placar, que desaconselhava imaginar uma reversão de expectativa no jogo de volta no Alianz Parque.  

Todavia,  essa expectativa de classificação favorável ao Palmeiras, que girava em torno de 99%,  era deveras exagerada, como se viu na decisão desta terça-feira em que o alviverde paulista perdeu de apenas 2 a 0 um jogo em que merecia ter sido goleado por um placar três vezes maior. 

A apresentação palmeirense neste jogo de volta diante do River Plate foi simplesmente vergonhosa e humilhante sob todos os aspectos, mais parecendo um confronto entre o Barcelona e um time varzeano do que uma partida de semifinal da Copa Libertadores.  

A  injustiça configurada no minguado placar que eliminou o River Plate da decisão da Libertadores  não pode ser creditada apenas aos desígnios do imponderável, como se fatores extra-campo não tivessem contribuído para isso. 

É claro que os torcedores palmeirenses têm mais é que vibrar com essa classificação, apesar de ter sido alcançada com um misto de vergonha e sofrimento, pois em jogo decisivo até gol com a mão merece ser festejado, como aquele de Maradona contra a Inglaterra, que entrou para a história.   

Que me perdoem, contudo, a sinceridade em dizer que o River Plate foi “roubado”, nessa decisão,  tanto pela arbitragem das quatro linhas quanto por aquela que controla o jogo pelo recurso eletrônico denominado VAR.  

Isso permite afirmar que o time argentino não perdeu a classificação para o Palmeiras exatamente pelo fato de ter levado três gols no jogo de ida e feito apenas dois no confronto de volta.  

A equipe do River Plate perdeu a classificação, na verdade, pelo 3 a 0 que levou nas três consultas ao VAR, que lhe anulou um gol tardiamente e lhe sonegou a cobrança de duas penalidades máximas, uma das quais mais do que cristalina. 

Refiro-me àquele lance na área do Palmeiras, em que seu defensor colocou a perna de forma intencional à frente do atacante do River, derrubando-o e impedindo que continuasse ao encalço da bola, com chance real de arrematar a gol.  

Recomendo a quem não assistiu ao jogo olhar no vídeo esse pênalti legítimo não marcado pelo juiz uruguaio Esteban Ostojich – sabe-se lá por que razão –  mesmo depois de ter conferido o lance no monitor do VAR.  

Nem preciso dizer que o caricato time do Palmeira que protagonizou esse “filme de terror” à sua torcida foi amassado em campo pelo visitante mesmo depois de ter ficado com um homem a mais em campo, devido à expulsão do zagueiro Rojas, aos 28 minutos do tempo final. 

Pelo pífio futebol revelado nesse jogo em que se classificou com uma baita ajuda do VAR, o Palmeiras deixa uma margem muito estreita de credibilidade em relação a uma possível conquista da Libertadores de 2020, principalmente se topar nessa decisão com o  Boca Juniors, que decide com o Santos, nesta quarta-feira na Vila Belmiro, a outra vaga da grande final do torneio continental. 

Fonte: Lino Tavares

COMPARTILHE AGORA:

Leia também