ATRASO NAS REFORMAS FAZ BRASIL PERDER A FORD

Por: Renato Riella


Analistas e técnicos do Governo atribuem ao atraso na implementação das reformas econômicas a decisão da Ford de interromper atividades no Brasil.

A empresa anunciou que vai fechar as três fábricas no território brasileiro, demitindo cinco mil empregados. Deve transferir operações para Argentina e Uruguai. Este foi o fato de maior repercussão no Brasil, no dia de ontem.

A Ford tem fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), que serão fechadas imediatamente. Há também uma unidade em Horizonte (CE), onde são fabricados os modelos Troller, que terá operação até o quarto trimestre de 2021.

Entre as causas para esta decisão, a empresa citou o avanço da pandemia, que contribuiu para a “capacidade ociosa da indústria” e para a “redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.

No entanto, o chamado Custo-Brasil deve ser levado em consideração, Há consenso de que a legislação trabalhista brasileira e o retardamento na reforma tributária teriam peso nesta reação da Ford, segundo destaques verificados nos debates de ontem sobre o caso.

GOVERNO – Ministério da Economia disse em nota que o anúncio da montadora reforça a necessidade de uma rápida implementação de medidas para melhorar o ambiente de negócios. Defendeu que se avance nas reformas estruturais.

O Ministério afirmou, no entanto, que a decisão da Ford destoa de uma “forte recuperação” observada no setor industrial brasileiro.

CONFIANÇA – Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que os empresários industriais estão otimistas com relação ao desempenho da economia brasileira.

Em dezembro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) ficou estável, em um patamar de elevada confiança.

O índice foi de 63,1 pontos, uma variação de 0,2 ponto em relação ao mês de novembro, quando estava em 62,9 pontos.

Na pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário. Em abril, o ICEI havia caído para 34,5 pontos.

PREVISÕES – Analistas do mercado financeiro, consultados pelo Banco Central, estimam a inflação de 2020 em 4,37%.

Para 2021, preveem inflação de 3,34%.

Já a projeção para o tombo do PIB de 2020, seria de 4,37%.

Para 2021, o mercado projeto um crescimento de 3,41% da economia brasileira.

BB – O Banco do Brasil anunciou a abertura de dois Programas de Demissão Voluntária, prevendo a adesão de cinco mil empregados.

Foi anunciado o fechamento de 361 unidades — 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento — no primeiro semestre deste ano.

O processo digital, intensificado no sistema bancário, é a principal causa, além da implantação do PIX, que gerou grande impacto no setor.

GOVERNADORES – Reunião entre governadores e o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou para a próxima semana.

Representantes do Ministério devem se reunir com os chefes de Executivo estaduais na próxima terça-feira (19/1).

ANVISA – O estudo sobre as vacinas Coronavac e Oxford permanece em regime de urgência na Anvisa, em busca de dados complementares.

Tanto a Anvisa quando o Ministério da Saúde trabalham com a meta de liberar essas vacinas até o dia 20 para uso no Brasil.

OMS – A Covax, iniciativa da Organização Mundial de Saúde e parceiros para distribuição de vacinas contra a covid-19, finalizou contratos para comprar 2 bilhões de doses.

Atualmente, 42 países estão vacinando a população, incluindo 36 nações de alta renda e seis de renda média.

BRASIL – Até o momento, no Brasil, 203.580 pessoas perderam a vida por causa da pandemia.

Nas últimas 24 horas, foram registradas 480 mortes.

AGENDA – Presidente Bolsonaro participa hoje, às 11h, no Palácio do Planalto, da cerimônia de comemoração dos 160 anos da Caixa Econômica Federal.

ECONOMIA – O dólar fechou em alta de 1,69% ontem, cotado a R$ 5,5031, no maior nível desde 5 de novembro.

A Bolsa de Valores sofreu queda de 1,46% ontem, mas ainda manteve o patamar de 123.255 pontos.

Por RENATO RIELLA

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