É bom começar a escolher o seu candidato

Por: Paulo Castelo Branco
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As eleições estão distantes, mas logo os partidos políticos iniciarão as tratativas para
escolherem quem será o candidato à eleição para presidente da República.

Muitos candidatos surgirão com a finalidade de serem notados pelos eleitores; no entanto,
alguns desistirão da corrida por não estarem preparados e sem sustentação perante o
colegiado.

Outros, por terem recursos próprios, insistirão até o fim, ou se aliarão ao candidato que
apareça melhor nas pesquisas.

O fato é que, depois da ditadura, as escolhas dos eleitores ficaram vagando entre a esquerda e
a direita. Fernando Henrique Cardoso, de centro-esquerda, conseguiu derrotar os opositores
em duas oportunidades. Após, apoiou a candidatura de Lula, até então disfarçado de homem
do povo.

Lula, encantador de cobras, foi atingido em seu segundo mandato com acusações de corrupto,
inclusive de alguns dos seus ministros, mas, mesmo assim, ainda conseguiu fazer Dilma sua
sucessora.

Outro desastre; a presidente, fracassada em seus projetos pessoais e públicos, manteve
muitos dos colaboradores de Lula ao seu lado e, quando discursava, entrava em um
emaranhado de palavras desconexas que até hoje, incrementam as gozações. Saiu da vida
pública com uma inacreditável solução jurídica que evitou o seu afastamento da vida pública.

Nas eleições seguintes, candidatou-se ao Senado Federal; foi recusada pelos eleitores.
Michel Temer, político tradicional, governou o país buscando entendimento e a paz entre os
brasileiros. Perseguido por denúncias nunca comprovadas, e absolvido por decisão judicial,
tem sido procurado para aconselhamentos aos mais novos. Saiu mal. Com o tempo, acabou
reconhecido como um dos melhores políticos e governantes do nosso tempo.

As eleições de 2018 foi o fosso que nos separou da política tradicional e nos apresentou um
candidato fora dos padrões que, constatando o vazio do poder, montou-se em ombros de
seguidores até encontrar o cavalo selado.

Quase montando no animal do poder, foi atingido por agressor que logo foi declarado doido.
Hospitalizado, recebeu a solidariedade do povo que acreditou que ele seria o messias da
salvação da nação. O discurso cheio de frases agressivas, misturadas com falas religiosas,
reforçou a sua escolha.

A maioria dos eleitores, sensibilizada com a sobrevivência do soldado-atleta, apesar da sua
origem ditatorial, relevou o passado opaco do candidato, levando-o à Presidência da República
onde rapidamente se mostrou populista.

Em dois anos, o pandêmico presidente, se viu envolvido numa pandemia sanitária. Brincou
com a situação, trocou ministros, causou estupor no mundo e negou a existência do vírus
incontrolável. Só não caiu, ainda, por negligência de seus apoiadores que possuem o poder de
retirá-lo da presidência.

Provocador, mal-educado, grosseiro, não é admirado por quase nenhum político
mundialmente reconhecido como de espírito público e respeitador das leis. Hoje é
considerado exótico e incompetente.

Suas ameaças contra a democracia e seus discursos cheios de ódio aos seus opositores
chegarão ao desfecho inevitável do cadafalso instalado na Praça da Democracia que é o
Congresso Nacional.

Por estas razões, nós eleitores devemos conhecer os possíveis candidatos nas eleições do ano
que vem. Quem sabe não será a oportunidade de, pela primeira vez, escolhermos entre dois
candidatos: dois brasileiros probos, sábios, sensíveis aos anseios do povo, e eleger, entre os
dois, o que se mostre o melhor.

 

Paulo Castelo Branco.

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